Resultado: Se você colocou sim para qualquer uma dessas perguntas é importante refletir quais os motivos que te levam a agir dessa forma.
Imagino que você deva estar pensando que se procurou fazer uma cirurgia plástica ou até mesmo uma harmonização fácil foi por que queria. Mas será que realmente você quis ou sofreu forte influência da mídia para se adequar a um padrão estético da moda?
Infelizmente os padrões estéticos existem há centenas de anos mas particularmente, nos últimos 40 anos, ele vem sendo usado para enriquecer várias indústrias como a da dieta, da beleza, farmacêutica e até da pornografia.
E uma das formas dessas indústrias enriquecerem mais é fazer com que seus produtos e serviços sejam essenciais e desejados pelas pessoas. Criar padrões de beleza e estimular a insegurança e baixa autoestima nas pessoas em relação à sua forma física é o caminho para criar desejo e necessidade e até fazer você acreditar que fazer cirurgias plásticas é uma forma de autocuidado.
Um método cruel, não é? Principalmente se levarmos em consideração que a cada década o padrão de beleza muda.
Se você quiser saber mais como vêm acontecendo essa mudança de padrão estético, assista ao vídeo:
Eu mesma senti na pele o que é não aceitar o próprio corpo. Foi durante um período curto da minha vida porém muito marcante. Foi por causa dessa relação ruim com meu corpo que acabei desenvolvendo uma relação ruim com a comida.
Comecei a ver meu corpo diferente no início da adolescência. É claro que tinha todas as mudanças normais acontecendo por causa da idade, mas um dos fatores que influenciou muito e de forma negativa, foi começar a ler revistas femininas nessa época. Fui apresentada à revista Capricho e logo me encantei com as modelos da capa. Todas lindas, magras, com corpo maravilhoso, roupas maravilhosas, tudo maravilhoso.
Tive acesso a essas revistas aos 12 anos. Com 14 comecei a experimentar algumas dietas. Foi quando troquei os esportes pela academia e troquei o foco na atividade física que antes era competição, melhorar performance esportiva, para fazer exercícios de acordo com o gasto calórico e com qual parte do corpo ele iria “endurecer”.
Nessa mesma idade comecei a trabalhar como modelo e foi aí que as coisas começaram a se complicar. Já não bastava a minha cobrança em querer atingir o que via nas revistas e tinha como referência, passei a ter também a cobrança das agências e do próprio mercado da moda para ser cada vez mais magra.
Tenho 1,76 metro de altura e cheguei a pesar 53 kg. E mesmo assim não era suficiente. Queriam que eu emagrecesse mais 5kg. Parei de treinar pra não ficar pesada e não aumentar o meu quadril, tentei comer menos. Mas não conseguia me manter dessa forma. E aos 15 anos comecei a ter episódios de compulsão alimentar e desenvolvi bulimia.
Foi uma fase muito delicada e que por muita sorte durou um pouco mais de 1 ano. Quando fui descoberta pela minha irmã que contou, desesperada, para meus pais o que estava acontecendo, fiquei extremamente envergonhada.
Estava com 16 pra 17 anos. Quando caiu a ficha do que estava fazendo com meu corpo e com minha saúde, simplesmente parei. Mesmo com a pouca idade fiz uma reflexão sobre meus valores e sobre o que eu queria pra minha vida. Fui uma menina que sonhava em ser ginasta, que sempre praticou esportes, que gostava de comer e nunca parou pra pensar nas calorias dos alimentos. Que gostava de ir pra cozinha e ler revistas de bolos decorativos e assistir programas de culinária. Que era alegre, livre e feliz. E que queria continuar dessa forma. Machucar meu corpo em função da estética não estava alinhado com meus valores.
Também compreendi que para aquela aquela profissão que eu queria seguir, nunca iria ser suficiente. Eu poderia ser uma profissional excelente, pontual, dedicada, séria. Mas se não fosse magra, esquelética, não seria suficiente. Eu não teria nenhuma garantia e eu seria a única prejudicada.
Nessa época já estava namorando e, como boa parte dos casais, saímos sempre pra jantar. Queria experimentar vários pratos gostosos mas que antes me privava. Voltei a fazer academia, estava estudando pro vestibular, decidi que iria trabalhar em outra coisa pra comprar meu carro.
Foi um período de libertação. Depois dessa fase tive outros momentos de aceitação do meu corpo mais relacionadas à gestação, que é um outro caso. Mas o que mais impactou minha vida e me ensinou que as respostas para o que devo fazer da minha vida estão sempre dentro de mim, foi esse que descrevi aqui. Por isso, olhar para dentro e buscar o autoconhecimento é algo que valorizo muito na minha vida pessoal e profissional.
Também acredito que ninguém deve nos dizer como nossa aparência deve ser. Somos seres únicos e nosso corpo deve ser respeitado. Principalmente por nós.
Bom… pela minha história foi possível perceber que, a partir de uma insatisfação com meu corpo, eu busquei nas dietas restritivas uma forma de ter o corpo magro que eu queria. E a consequência disso foi um comer desordenado e o desenvolvimento de um distúrbio alimentar.
Como nutricionista comportamental que atende pessoas que querem melhorar sua relação com a comida e a entender como suas emoções interferem no seu comportamento e de que forma podem lidar melhor com isso, é fundamental que eu tenha um certo entendimento da causa da busca por dietas e da insatisfação corporal.
Procuro estudar e acompanhar informações sobre o impacto da não aceitação corporal no comportamento alimentar e aprofundar meu conhecimento em ferramentas e técnicas para ajudar meus clientes a entender porque têm o corpo que tem e como aceitá-lo de forma amorosa.
Esse processo trabalhando em conjunto com a quebra de crenças negativas em relação à alimentação é o que eu acredito ser um caminho ecológico e consistente para uma vida saudável, em todos os aspectos.
Vejo as consequências negativas da não aceitação do nosso corpo, principalmente para mulheres, em vários aspectos: físico, social, emocional, econômico e político. Vou citar somente alguns aqui pois a lista é extensa:
Não existe outra forma de melhorar a relação com o corpo do que autoconhecimento e estar disposta a desconstruir tudo o que você aprendeu sobre beleza feminina e relação de beleza com auto cuidado.
Autoconhecimento para ter entendimento de quais são os seus valores e o que você quer pra sua vida. Afinal, ser magra e ter um corpo perfeito não deveria ser o único propósito de vida de uma pessoa, não é mesmo?
Desconstruir o que se aprendeu até hoje. Porque? Vou te falar uma coisa… quando comecei a estudar os padrões de beleza, sagrado feminino, história das dietas, fiquei chocada como tudo isso está interligado.
E infelizmente existe muita crueldade com as mulheres em função de controle e lucro. Por isso é importante estudar e conhecer pessoas que estão na mesma sintonia de desconstrução e auto aceitação!
Se você teve acesso à essas informações pela primeira vez e tudo isso ainda é novidade pra você, gostaria de te fazer um convite: venha fazer parte do meu grupo de transformação de
O objetivo do grupo é mostrar um outro lado da relação com o corpo, mais humano, acolhedor e saudável. Criar um grupo de apoio num ambiente seguro e aberto para trocas de experiências e ainda por cima, como meu acompanhamento direto!
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