Você sabe o que é Terrorismo nutricional? Será que já foi vítima de terroristas nutricionais? Chega mais que eu vou te explicar direitinho do que se trata
Ano passado li uma entrevista de uma nutricionista maravilhosa e que admiro muito, chamada Sophie Deram, que aborda de uma forma muito consistente a necessidade de resgatarmos a boa relação com a comida.
Nessa entrevista ela chama de “Terrorismo Nutricional” a forma como estamos encarando a comida: rotulando os alimentos como bons ou ruins, esse pode e aquele não pode, e com a crescente divulgação dessas informações nas redes sociais, as pessoas estão temendo a comida. Sim… ficando com medo de comer determinados alimentos ou qualquer alimento.
Um dia desses recebi o contato de uma possível cliente para saber se conhecia um método de dieta à base de sachês. Fiquei sem palavras pois custou para eu entender que ela não queria suplementar com sachês e sim que o conteúdo dos sachês diluídos em água seriam suas refeições ao longo do dia! Minha resposta foi: sou nutricionista… meu trabalho é ajudar a pessoa a melhorar sua relação com a comida. Aí por algum motivo não nos falamos mais… não sei porque!
Refletindo sobre esse artigo e observando meus clientes e redes sociais comecei e a buscar em minha memória quando esse terrorismo nutricional começou. Levando em consideração a minha vivência e não dados científicos já me lembro que com meus 12, 13 anos de idade já começava a ter alguns desconfortos com meu corpo e com 14 pra 15 anos comecei a seguir dietas que vinham em revistas (quem nunca seguiu uma dietinha de revista, hein? Ainda mais se você é mulher entre 35 e 40 anos e lia revista Capricho e Boa Forma… rsrsrsrsrs!).
Me lembro de me sentir extremamente influenciada pelas informações das revistas e realmente comecei a encarar determinados alimentos com vilões. Nunca vou esquecer que receber uma amiga em casa, toda feliz pois tinha me trazido uma caixa de Moranguitos (uma bolachinha caseira com recheio de geléia de morango que eu A-MA-VA!) e, quando ela me deu a caixa, eu comecei a chorar pois eu não queria comer. Da mesma forma que, tive várias oportunidades por causa do meu trabalho na adolescência de experimentar pratos super gostosos em ótimos restaurante e, na hora de escolher, pegava um frango grelhado com legumes refogados (na melhor cantina Italiana de Campinas… é pacabá!!!!).
Cheguei a conclusão que esse terrorismo nutricional já existia lá atrás e provavelmente até mesmo antes de eu nascer. Vejo que mulheres entre 40 e 50 anos que fazem dieta há muito tempo ainda tem bastante enraizado a questão do controle de calorias e a tendência à um consumo elevado de alimentos diet, que viraram febre quando foram lançados.
Do meu ponto de vista o terrorismo nutricional acaba sendo fortalecido por pessoas que estão infelizes e insatisfeitas com seu corpo e até mesmo com o próprio estilo de vida. É como se seguindo as regras de alimentação fosse uma forma de se adequar, de se encaixar em alguma tribo, sabe?
Ficamos boa parte da vida tentando nos encaixar em algo que achamos que o melhor pra nós mas nem sempre fazemos nossa avaliação interna para saber quais são nossos valores e o que desejamos para nosso futuro. Por isso é que em grande parte das vezes as tentativas de emagrecimento ou se transformar numa pessoa FIT de um dia para outro acabam sendo frustradas. Nos espelhamos no corpo, nos hábitos e na vida de outras pessoas e esquecemos quem realmente somos.
Se você não está contente com a forma como sua vida está e isso inclui seu hábito alimentar e sua saúde, tudo bem ter pessoas que te inspiram mas ao invés de focar na sua estética, no seu estilo de vida, porque não focar nas habilidades que essa pessoa tem e que faz com que ela seja admirada? Ao invés de querer ter o corpão da blogueira, porque não focar na disciplina que ela tem pra treinar todos os dias ou para organizar a lancheira dela com as refeições que deve ingerir durante o dia?
Vou mais fundo ainda: ao invés de seguir pessoas que estão na internet e, muitas vezes nem sabemos se o que é postado é verdadeiro ou não, porque não se espelhar em pessoas reais e que possuem habilidades e atitudes dignas de serem copiadas?
Pra encarar esse tal do Terrorismo Nutricional nada é mais importante do que o autoconhecimento e clareza. Sim… clareza do que você quer pra sua vida (e também não quer mais), clareza das coisas que está disposto abrir mão e do que não está disposto, clareza sobre o tipo de pessoa que deseja ser!
A partir desse mapeamento você pode ter certeza que sua relação com a comida irá melhorar pois irá perceber que nem tudo gira em torno de comida e que corpo bonito é aquele que tem uma pessoa feliz, bem resolvida e com a auto estima lá em cima! E que tudo bem tomar um choppinho com um pedaço de pizza de vez em quando se isso vai te fazer feliz e estiver alinhado com o estilo de vida que deseja.
Com carinho,
Fernanda Giacomo
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