PADRÕES ESTÉTICOS: DEVEMOS SEGUIR?

Saiba porque os padrões estéticos foram criados, quais os riscos para a saúde física, mental e emocional e porque é praticamente impossível se adequar à padrões estéticos.

 

Padrões estéticos existem há milhares de anos, tanto para homens quanto para mulheres. Todas as culturas se desenvolvem marcadas por modelos estéticos fortemente definidos. Hábitos e práticas alimentares são construídos com base em determinações socioculturais.

A economia é um dos aspectos influentes. Houve sempre uma contradição entre a oferta de alimentos e as formas corporais femininas que são valorizadas. Em épocas de alimentos escassos a forma corporal mais robustas era valorizada. Em épocas de grande oferta de alimentos, a magreza e corpos com músculos definidos são valorizados. Mais do que tendência ou produto da disponibilidade alimentar os modelos de beleza são indicativos de distinção social e sinalizadores da diferença entre classes sociais.

É possível notar que vários fatores socioeconômicos interferem na determinação dos padrões sociais o que faz com que os padrões considerados ideais mudem com muita frequência. O X da questão é: devemos seguir os padrões estéticos?

Para responder essa pergunta de forma uma forma mais simples, é importante compreender como a estrutura do nosso corpo é formada. O médico austríaco Wilhelm Reich (1897-1957) descobriu que o corpo contém a história de cada indivíduo. Ou seja: as emoções que esse indivíduo sentiu na fase de mielinização da medula (desde a vida intrauterina até os 5 anos de idade), interferem diretamente do formato do corpo. 

Existem 5 dores existenciais que, quando sentidas durante essa etapa da vida, vão determinar traços corporais bem específicos: A dor da Rejeição proporciona um corpo mais magro, sem grande desenvolvimento muscular com as “quinas” evidentes. A dor do abandono proporciona um corpo mais redondo, mais fofinho, que dá vontade de abraçar e apertar. A dor da manipulação proporciona um corpo mais triangular. A dor da humilhação proporciona um corpo grande, com formas mais quadradas e densas. E a dor da traição, da troca, proporciona corpos mais harmônicos e atraentes.

Conforme nosso processo de formação durante essa fase, adotamos combinação desses biotipos corporais que serão nossos para o resto da vida. É como se tivéssemos nossa forma definida para o resto da vida e tivéssemos a possibilidade de mexer de forma limitada no recheio dessa forma.

Levando em consideração essas informações, será que é justo buscarmos uma adequação à padrões estéticos sendo que temos nossa individualidade corporal determinada desde nossa infância? É claro que dependendo do biótipo corporal é possível a pessoa se adequar à um determinado padrão mas isso é apenas uma coincidência e não porque a pessoa se dedicou para atingir esse padrão. Se você quiser entender um pouquinho mais sobre biotipos corporais assista o vídeo abaixo:

 

Como nutricionista, vejo que um dos grandes problemas de buscar atingir padrões estéticos que fogem da nossa estrutura corporal leva muitas pessoas à não se aceitarem fisicamente, buscarem estratégias drásticas para se encaixarem no padrão da moda se submetendo a dietas restritivas (e que muitas vezes podem levar ao desenvolvimento de distúrbios alimentares), procedimentos estéticos desnecessários e procedimentos cirúrgicos de risco. E o pior de tudo: todas essas intervenções não garantem um resultado positivo.

A não aceitação do próprio corpo é algo muito sério e que pode levar a pessoa ao isolamento social por ter vergonha de se expor publicamente, se envolver em relacionamentos abusivos por não se achar merecedora de ser amada, e não se sentir capaz de realizar seus sonhos.

É saudável buscar melhorar a forma física e ter inspirações para nos motivar mas essas inspirações, têm que estar alinhadas como a nossa realidade e também com nossos valores pessoais. Buscar o autoconhecimento também é um ponto que sempre contribui para essa aceitação. Entender porque temos o corpo que temos. É algo libertador!

O fato é que nós temos o corpo que precisamos ter e a melhor coisa que podemos fazer é buscar a nossa melhor versão de forma saudável e sustentável.

Com carinho,

Fernanda

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Artigo utilizado para pesquisa: Cirurgia plástica e conceito de beleza corporal. André Mattos. PEBMED, 31/08/2018.

 

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