O quanto a sua cultura alimentar interfere de forma positiva ou negativa na sua saúde? Vamos conversar sobre esse assunto nesse artigo e também de que forma podemos fazer ajustes positivos sem perder o contato com nossas raízes
Ser nutricionista me permite aprender muito mais com meus clientes do que imaginei! E não estou falando das evoluções e histórias de superações e conquistas. Gosto muito de observar a questão do hábito alimentar e o quanto está relacionado diretamente com a educação nutricional daquela pessoa. Em contrapartida, a educação nutricional recebe uma influência enorme da cultura alimentar que a família do meu cliente tem.
CASE DE SUCESSO
Essa semana aconteceu uma coisa muito legal com uma das minhas clientes e que me motivou a escrever esse artigo. Nós já estamos trabalhando juntas há um tempo e está sendo um trabalho bem intenso direcionado para a mudança de comportamento e melhora da relação dela com a comida.
Depois de muitos anos fazendo dietas muito restritivas e aumentando cada vez mais o peso, decidiu fazer um processo diferente, que é o de autoconhecimento e resolver o problema pela raiz. No início desse trabalho, depois de algumas sessões de conversa, percebemos o quanto os eventos sociais, principalmente os que estavam relacionados à família desestabilizavam o seu processo.
Um dos pontos principais que ela percebeu que a atrapalhava era a dificuldade em dizer não para alimentos que tinham sido feitos pela família. E esse falar não tinha vários significados: a família tinha essa relação de demonstrar cuidado pela comida assim como a cultura de que “se a pessoa não comeu e não repetiu é porque não gostou”, porque era festa “então pode chutar o balde”, mas também porque era comida da família então tinha uma questão afetiva importante.
Depois de um período de trabalho onde foram usadas algumas estratégias, minha cliente fez uma viagem à uma cidadezinha do interior em outra região para visitar os parentes “de raiz”, ou seja, da origem da sua família. Foi muito impressionante a percepção que teve durante essa viagem. Desde o fato da família toda estar obesa quanto aos padrões alimentares: muitos tipos de carboidratos nas refeições, muito açúcar nas bebidas, almoçar duas vezes, não fazer atividade física e encarar problemas de saúde sérios, como diabetes e hipertensão, como algo normal.
O feed back que tive foi fantástico: o conhecimento que ela adquiriu durante esse período sobre alimentação saudável e os efeitos positivos que percebeu em seu corpo e sua saúde, falaram mais alto do que as questões familiares. O relato dela foi de que enxergou uma realidade que antes ela não via e entendeu o quanto essa carga da cultura alimentar da família interferiu na formação do seu hábito alimentar e na forma como lidava com a comida.
Esse desprendimento está sendo fundamental para sua evolução pessoal e claro, emagrecimento saudável. Isso é o que chamamos de emagrecimento consciente.
E quais foram as estratégias que eu utilizei durante esse período para que ela tivesse esse despertar? Segue abaixo:
ESTRATÉGIA PASSO A PASSO:
- Identificar o padrão alimentar e qual a sua referência de hábito alimentar.
- Identificar e aceitar a relação da pessoa com o alimento.
- Avaliação do que a pessoa está disposta a mudar.
- Ter conhecimentos técnicos sobre o que é uma alimentação saudável e como ajustá-la em sua rotina. Para ler mais a respeito clique aqui
- Compreender que o hábito alimentar que sua família tem não é algo genético! Todo hábito / comportamento é possível de ser mudado. Portanto, a pessoa não está condenada à isso.
- Compreender que mesmo falando não para a comida que algum familiar fez, se isso gerar algum tipo de ressentimento, será algo breve. E se não for breve, isso não é uma problema seu. É da pessoa que se magoou por expectativas dela.
- Compreender que ninguém é obrigado a comer para agradar os outros.
- Saber identificar o que está com vontade de comer o quanto precisa comer.
- Não ter expectativa que sua família te apoie no seu processo. Muitas vezes eles não conseguem entender o porquê fazer uma restrição alimentar e dificilmente irão dar apoio. Tenha a certeza que está no caminho certo e confie na sua escolha.
- Não querer que sua família mude da forma que você está mudando.
MAS SERÁ QUE VAI FUNCIONAR PRA MIM?
É claro que toda essa estratégia só vai funcionar se a pessoa estiver aberta a colocar em pratica essas possibilidades. Tem que ter coragem pois tudo que envolve família é mais delicado. Falar não pra uma vózinha que fez um bolinho só pra te agradar, para muitos, é muito difícil.
Vejo que o mais importante no processo de mudança de cultura alimentar é o respeito e paciência. Respeito pelos familiares, pois muitas vezes, não tiveram os mesmos recursos de obter uma conhecimento nutricional adequado para saber o que fazer. Paciência pois mudar um padrão alimentar de muitos anos, pode levar tempo.
O importante é, como eu disse, não estamos condenados. É algo possível de mudança e com clareza e persistência é possível vencermos essa barreira e ter uma alimentação saudável e balanceada.
Com carinho,
Fernanda Giacomo
P.S: se você sente que precisa de ajuda para fazer esse processo de transição alimentar eu posso te ajudar! No meu curso online Atitudes que Emagrecem te ajudarei a compreender quais são seus padrões alimentares e comportamentos sabotadores que interferem de forma negativa na sua saúde e emagrecimento e te ajudo a traçar um plano para que seu emagrecimento deixe de ser um desejo e se torne uma decisão!
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